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         Independentemente da absoluta demonstração de incompetência e comprometimento do sistema de segurança pública do estado, mormente da sua força ostensiva de preservação da ordem pública, os acontecimentos de Copacabana escancaram para o nosso povo amedrontado e aprisionado, inclusive os que moram na zona sul, Ipanema e Copacabana, a falcatrua moral e institucional (quiçá comprometimento) das políticas ditas sociais para o enfrentamento e controle da criminalidade. Já em 1994, no comando do 9ºBPM, pouco depois da chacina de Vigário Geral, já provava a quantos intelectuais que se apresentassem que, a população das comunidades do Juramento, Fubá, Cajueiro, Serrinha, Pedreira, entre outros, mesmo pobres, muito humildes e até carentes, aprovavam integralmente a ação proba, competente e honesta da unidade contra toda ilicitude penal onde moravam. O que eles não aprovavam (nem poderiam, obviamente) era a ação extorsiva, violenta e tendenciosa, praticada por aqueles que deviam ser exemplos para eles.

 

          Por Deus, além de saberem de tudo que envolve a relação polícia/bandido em suas comunidades, os moradores não aceitam a corrupção passiva, nem a ativa e muito menos a extorsão, praticada por policiais. Silenciam, mas não aceitam.

 

           A demagogia política produz estas catástrofes já há algum tempo, pois eu estava presente em 1985 à inauguração do portentoso complexo social construído pelo dinheiro público no Pavão/Pavãozinho/Cantagalo. Na época atuava no policiamento de trânsito em Copacabana e fui convidado por companheiro já falecido (Cel PM Heleno) para a efeméride. Uma maravilha! Tinha tudo de graça para a comunidade: escola, teatro, academia, corte e costura, alimentação, tudo... Era um golpe na criminalidade! O social!

 

            Decerto que no dia da inauguração ao buscar local plano para estacionar a motocicleta, chamada MPTran, avistei um ladrão no interior do CIEP, prestes a ser inaugurado. Isto mesmo, um ladrão, pois que, algum tempo antes numa ocorrência, flagrara-o comprando material para a sua residência com nota fiscal em nome da PM, mercadoria em casa, nota para o quartel pagar, até porque, o homem era coronel PM da ajudância geral. Era ou não o legítimo ladrão oficial?

 

              Logo depois de minha constatação, fardado e na atividade de policiamento, o saudoso companheiro citado levou-me à presença da primeira dama do estado, que presidiria como presidiu, representando o governador, a solenidade de entrega da obra, quando a falei: Excelência, há um ladrão de camisa vermelha no interior do prédio!

 

         O ladrão foi afugentado e o gigantesco CIEP, com quadras, piscina, campo de futebol, teatro, alimentação, horário integral, etc... foi inaugurado.

 

         Daí, pergunto ao paciente leitor: não deveria ter estancado a violência e a criminalidade na localidade? Se o problema é social e foi composto, a natural conclusão do simplíssimo silogismo é: então, o problema está resolvido! Há outros exemplos semelhantes!

 

         Mas, anos depois, veio outro gênio (às avessas) e vaticinou: “A solução é encharcar de PM”, e criou a UPP do Pavão/Pavãozinho/Cantalago para pacificar, prefiro “passificar”, e o resultado aí está!

 

         E o senhor Deus nos obriga a assistir este autêntico FEBEAPÁ (Stanislaw Ponte Preta), depois de ter exercido os comandos do 19º e 23º BPMs e ter resolvido com facilidade constitucional o problema, prendendo em flagrante quem quer que seja encontrado na prática de ilícito penal e acompanhando, pela presença ostensiva residual, durante 24h de todos os dias, os acontecimentos posteriores para que não se reproduzam as sementes do crime, consumo, venda e tráfico de drogas e armas.

 

         O que fizeram os “gênios”? “Acordaram” com os bandidos que fariam vista grossa às drogas com o “compromisso” deles de não ostentarem armas.

 

         “Maravilhosa”, “luminosa” e “apoteótica” idéia, além de, majestosamente propineira, claro, só que esqueceram de combinar com os “russos”, como indagou Mané Garrincha a Vicente Feola em 1958 ao receber instrução de “passar pelos beques e cruzar para o Vavá, antes do jogo com a Rússia, eis que, com o lucro de 100% obtido na venda de cocaína e maconha, os traficantes despertam a cobiça, tanto de outros bandidos como de segmentos corruptos da polícia, razão pela qual compram no mercado negro armas modernas e potentes para se defenderem dos “ataques” às suas fortunas, que sequer podem ser depositadas em bancos e são escondidas em “bunkers” de várias espécies. E os usuários das armas (soldados) acabam por as empregarem na exacerbação da criminalidade. Será que só a Polícia não sabe disso?

 

         Em suma, as comunidades tristemente conflagradas dias atrás, já experimentaram as duas formas teóricas de resolver a questão, social e repressão legal, faltam-lhes a única que funciona: prisão em flagrante! De quem quer que seja encontrado em prática de ilícito penal! Sem arrêgo!

 

         Data vênia,

 

Valha-nos, Deus!

 

 

 

Cel PM Paulo Afonso Cunha

Pres NitTrans

 

Praça Fonseca Ramos, s/n°, Centro de Niterói - CEP: 24.030.020 - Terminal Rodoviário Roberto Silveira.

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